Regresso II

Passado o Natal e o Ano Novo, regressou a Angola o primeiro elemento da malta. Luanda parece um tanto ou quanto a meio gás, nota-se claramente que a maioria dos expatriados ainda está para chegar. Para trás ficou o frio da América do Norte e da Europa e a temperatura cálida de Luanda acaba por ter um efeito algo estranho. As saudades da família começam sempre a apertar desde o primeiro dia, mas parece que depois do Natal é um pouco mais difícil do que de costume. 

Porém, pouco de novo há a relatar, também em duas semanas pouco poderia alterar-se, com excepção da estrada de Viana, que com as obras na segunda metade está de novo  mais complicada. Lêem-se notícias sobre o fecho da fronteira com a RD Congo devido a um surto de ébola; em Luanda são os casos de raiva que preocupam as autoridades e os meios de comunicação, são já cerca de 30 os mortos por esta doença nos últimos meses, na sua grande maioria crianças. Cai-se na realidade, às vezes é fácil fechar um pouco os olhos e de repente as coisas não parecem assim tão más, mas a verdade é que a realidade aqui é muito diferente daquela que conhecemos na Europa. Novo estudo coloca Luanda como a capital mais cara do mundo, no mínimo paradoxal.

Cá em casa, à chegada, más notícias. Os aparelhos de ar condicionado queimaram, inexplicavelmente, durante a ausência, à excepção de um. A água da rede está mais amarela do que é costume e as baratas e as formigas parecem estar a começar a implantar-se em força (nota mental: verificar sempre a sanita em busca de baratas antes de usar...); pelo menos os mosquitos quase não se vêem. Cá vos espero.